segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Volte-face...

Afinal, depois de tudo estar resolvido, parece que há uma luz ao fundo do túnel alguém se prepara para me dar a tão esperada licença sem vencimento... :D Parece que ainda há esperança num país em crise... Esta semana tenho a confirmação, depois aviso... :)

sábado, 15 de outubro de 2011

Estudo...



O ICRC (International Comitee of the Red Cross ou Comité Internacional da Cruz Vermelha) pretende que a malta vá para a missão com plena consciência do tipo de trabalho, valores do movimento, objectivos, etc... Enviaram-me esta semana um pacote com um dossier e 3 DVD que completarão um módulo básico para poder fazer a formação inicial em Genéve... Serão, supostamente, 30h de estudo que me permitirão fazer um brilharete quando voltar da missão e voltar a dar formação na CVP Pereira... :)

Oportunidades...

Uma oportunidade é quando as coisas não correm assim tão bem e alguém nos oferece uma coisa muito melhor... Ou quando as coisas até nem estão mal e surge uma coisa que nos faz repensar as nossas prioridades...
Tendo em conta que há 2 dias foram anunciados cortes (que aparentemente até são inconstitucionais, mas os governos nem querem saber!) inimagináveis e que penalizam, como de costume, quem trabalha e não pode fugir aos impostos, percebi que a minha oportunidade se tornou ainda mais oportuna... :) Vou à minha vida e garanto que aos meus subsídios ninguém põe a mão!!! Diria mesmo mais: comigo não se governam!
Pergunto: se um administrador hospitalar que ganha quantidades exorbitantes de dinheiro não pode ser despedido, despedem-se 20 funcionários para o manter... Alguém se lembra de como era a vida antes das EPE? Não foi assim há tanto tempo e as coisas não funcionavam de forma tão absurda quanto isso, mas os amiguismos e pagamentos de dívidas de políticos dão nisto... E uma vez mais, quem se lixa é sempre o mexilhão!!

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

A entrega do papel...

Entregue o papel de cessação de funções pensei ficar mais aliviada... Afinal descobri que a única maluca sou eu porque até nos RH, apesar de aceite o pedido, só lhe darão seguimento depois de eu falar com o enfermeiro director para esgotar todas as hipóteses de me ser concedida a licença sem vencimento (sim, a senhora dos RH levou-me quase em mãos à secretária do director e garantiu que ainda o ía apanhar para falar com ele pessoalmente!!).
Assim sendo: até à próxima semana continuo em suspenso... Bolas, os papéis dão às coisas um tom demasiado sério para meu gosto! Detesto papéis...

terça-feira, 11 de outubro de 2011

Decisões...


Depois de quase um ano de inactividade eis-me pronta para recomeçar a utilizar o blog de forma mais regular... Na verdade parece-me que será a melhor forma de ir partilhando o caminho que me espera...

Esta é uma semana de decisões, decisões difíceis de tomar mas que assentam na premissa com a qual iniciei este blog: não consigo estar muito tempo no mesmo sítio, tenho uma necessidade constante de mudança e de novidade... De me sentir desafiada com uma experiência nova... E é isso que leva a que a minha vida seja empacotada: uns pacotes têm as experiências passadas / terminadas / antigas, outros pacotes têm aquilo que vou levar para os novos desafios...

Ora... Falava da decisão... Desde meados de Janeiro que tenho posto na balança prós e contras de uma missão em situação de conflito. Enviei um curriculo para o Comité Internacional da Cruz Vermelha no final do ano passado e, sabe-se lá como, fui chamada a fazer provas e depois de passar cada uma delas, fui a Genéve para um dia de provas e entrevistas. No final do dia cheguei ao hotel e tinha o mail que confirmava que tinha sido seleccionada para uma missão de 6 meses em Peshawar, no Paquistão... Uma primeira missão implicaria o local mais seguro e onde o comité estivesse adaptado sem conflitos com a população local, portanto o Paquistão seria o local ideal...
Desde Janeiro tenho então pensado sobre esta missão... O ideal seria uma licença de 6 meses do hospital, mas que não me foi concedida... Portanto a decisão é simples: ficar em Portugal ou despedir-me e embarcar na aventura... Enquanto faltavam meses para a decisão, quase todos os dias tinha uma opinião diferente, mas agora falta 1 mês e meio e já não posso esperar que alguma coisa aconteça para me decidir...
Estou agora a organizar-me para ter certeza que consigo cumprir os prazos dados pelo comité para enviar a papelada de exames médicos / bancos / seguros / registo criminal /... Até ao final da semana terei que ter a decisão tomada e neste momento, apesar do medo de me despedir e a certeza que dificilmente volto a trabalhar em Coimbra, sinto que é uma oportunidade única de fazer a diferença, de mudar de vida, de experimentar uma coisa totalmente diferente - que pode ou não ser mais satisfatória do que a minha vida de hoje, mas se não arriscar...

Como fui aconselhada a fazer cá fica uma lista de prós e contras:
Ficar em portugal:
+ estabilidade
+ ficar por casa
+ apoio familiar
+ segurança do que conheço - sinto-me integrada e adaptada no serviço de urgência, gosto do que faço, gosto das pessoas...
+ continuar o meu curso de Biologia (que recomecei após quase 10 anos de ausência e que me está a motivar imenso!)
+ o trabalho na Cruz Vermelha, D. Pereira, onde tenho dedicado parte do meu tempo como voluntária e formadora, com um saldo final positivo e com boas perspectivas...

- o receio de o meu SU fechar e eu ser recolocada outro serviço ou mesmo ficar desempregada;
- falta de novas perspectivas - se sair do SU para onde hei-de trabalhar? E se ficar, o que faço hoje vai ser o que vou continuar a fazer nos próximos anos, sem maiores desafios...

Ir para o Paquistão:
+ o desafio;
+ conhecer uma cultura nova, um tipo de vida distinto;
+ uma carreira nova, com perspectivas diferentes;
+ o ordenado (3 x superior ao actual);
+ trabalhar viajando;
+ aplicação prática dos conhecimentos de trauma que tenho vindo a adquirir;
+ vou trabalhar com trauma de guerra que sempre foi um objectivo tão distante;
+ conhecer a organização de um hospital em tendas, com todas as suas dificuldades e particularidades: o regresso à base da enfermagem e daquilo que é realmente importante e faz a diferença...

- as saudades de casa;
- deixar o caminho percorrido na minha profissão e o serviço onde me sentia confortável (detesto a palavra confortável - deixa-me sempre desconfortável :) ) porque tendo sempre novos desafios e diferentes abordagens, já conseguia sentir-me integrada para o trabalho do dia-a-dia;
- o medo do desconhecido;
- o medo do pós-missão... Se me vou despedir, vendo o estado actual das coisas, o que vou fazer depois? Como vou voltar ao mercado de trabalho? - não me imagino a viver de missões durante 10 anos, mas e se não me adaptar de todo???

Portanto parece-me que desta vez estou em frente a uma decisão a sério... Daquelas que me vão fazer pensar "se tivesse escolhido a outra, onde estaria eu agora?" mas sendo que só uma alimenta a minha sanha por novidade e pelo desafio, acho que está quase decidido... Porque prefiro sempre arrepender-me do que faço do que do que não faço...