quinta-feira, 1 de julho de 2010

Além-Fronteiras

Sempre pensei trabalhar algum tempo fora do país... Sempre me imaginei a fazer vida de circo: de um lado para o outro a assentar por algum tempo e levantar acampamento quando me sentisse cansada...
Até hoje, a minha vida profissional ainda curta já conta com vários locais de trabalho porque a certa altura acho que o sítio onde estou já não constitui um desafio tão grande que me faça ficar... Detesto sentir-me confortável, detesto chegar à conclusão que a maioria das situações que me aparecem já surgiram antes e não são uma novidade...
Quando fui para a urgência acreditava que ía ficar por uns 10 anos para realmente estar à vontade, e daí ter pensado que era na urgência que ía fazer a minha vida profissional... :) Neste momento sinto esse desafio constante, todos os dias surge algo de novo, todos os dias tenho desafios diferentes, todos os dias lido com doentes diferentes (bom, uns mais que outros...)... Mas descobri dois problemas:
1 - Lidar com as famílias em stress... Poucas famílias enviam familiares e ficam em casa à espera... Menos famílias ainda enviam os familiares e ficam descansadas porque confiam nos profissionais que estão a trabalhar... A grande generalidade fica à porta ou entra para visitas rápidas e está num stress gigantesco com o qual é difícil lidar... Sendo que eu compreendo profundamente o stress - basta imaginar-me a ir com a minha mãe a uma qualquer urgência do país que não a minha para pensar que ía tentar de tudo para a acompanhar - tenho enorme dificuldade em explicar as coisas de forma a ser entendida... Ou as pessoas têm enorme dificuldade em entender-me... E, uma vez mais, eu até compreendo, porque se fosse comigo era exactamente igual... O problema é que no papel de profissional eu não posso ficar a chorar com aquele familiar, tenho que vestir a minha capa profissional e falar de forma profissional, o que quer que isso seja... Tenho que dizer que "o seu marido acabou de morrer" como se estivesse a dizer que ele foi fazer um Rx, tenho que informar que a situação é muito grave tentando transmitir alguma empatia, mas da forma mais profissional possível, por muito que me custe pensar que se fosse eu do outro lado iria ficar desesperada... E não sei resolver isto, não sei lidar com isto...
2 - Tenho um amigo (na verdade é quase como um filho, LOLOLOL) na Guiné numa missão da AMI. No final do meu curso fui também seleccionada para ir 2 meses para Cabo Verde mas no final acobardei-me e preferi ir para o Hospital - onde tinha uma hipótese de começar a carreira, porque se fosse com a AMI quem sabe quando arranjaria emprego a sério??? Mas agora...
O que me imagino a fazer no futuro? Seguramente qualquer coisa muito fora dos hospitais tradicinais... Imagino-me na área pré-hospitalar (onde não existe carreira e a breve trecho me parece que deixarão de existir enfermeiros...), imagino-me em missões de emergência para trabalhar com urgências/trauma que me desafia constantemente, imagino-me alguns meses com comunidades perdidas no mundo a fazer educação para a saúde... Mas uma vez mais lembro-me que destas vidas não faz parte uma vida estável (estou a ficar velha, não estou? eu sei que é isso que estão a pensar)... E por estável pretendo dizer que se sair agora do contrato a tempo indeterminado para ir para a AMI, para a Cruz Vermelha (da qual faço parte a pensar um pouco nesse futuro) passo a não saber se estarei a trabalhar no próximo mês, passo a deixar de pensar em comprar a minha casinha e organizar as minhas coisinhas, passo a deixar de vez de pensar em encontrar alguém para compartilhar o futuro (sendo que se não fosse enfermeira há muito tinha deixado de pensar nisso, mas hoje acho que morrer sozinha é triste demais...)... Claro que sou muito nova e as oportunidades surgem para se aproveitar...
Tudo isto para dizer que neste momento muita coisa me faz pensar no futuro... Muita coisa me faz acreditar que tudo há-de mudar... Ao mesmo tempo, muita coisa me faz desconfiar que quando surgir a oportunidade eu vou recusar por qualquer motivo que, um dia mais tarde, me fará pensar "porque é que não fui????"... E não me quero arrepender do que deixei de fazer....

Hoje...


Hoje é um daqueles dias gostosos de verão em que apetece ficar na praia até anoitecer... É nestes dias que tenho saudades de Lisboa, onde a praia estava a 15 min e havia sempre alguém sem nada que fazer pra vir experimentar uma patinadela ou fazer um raide às prateleiras do continente para levar o farnel - né lopes? aí na Guiné aposto que não tens donuts e croissants de chocolate e pão com fiambre e.... - e por isso hoje estou saudosista... :)

segunda-feira, 14 de junho de 2010

Feira Medieval de Coimbra

Sou grande fã de feiras medievais, e como não poderia deixar de ser lá me desloquei para a feira da Sé Velha que todos os anos traz novidades: comida deliciosa, doçaria conventual e uns recuerdos muito originais, para além de actividades a cada esquina... :) Aconselho a visita no futuro...


O meu novo chapéu à Robina dos Bosques...


Um frade a acrescentar o meu nome a uma gravura...

sábado, 12 de junho de 2010

Férias IV: Playa de las Americas...

Os últimos dias foram passados a descansar na praia... :) Solinho e um pequeno escaldão já deram para saborear estes dias de "dolce far niente"... Algumas imagens em forma de ilustração...


Praia... De areia preta mas bem simpática, não?


Surfistas ao pôr-do-sol...

E agora venha o trabalho que tenho que sustentar o próximo passeio!

Férias III: La Orotava e Monte Teide

O terceiro dia de férias foi reservado para a viagem para Sul através da vila património mundial de La Orotava e do Parque Natural do Teide - o ponto mais alto de território espanhol, um vulcão ainda activo com 3718m!


Festa do Corpus Christi com tapetes de areias vulcânicas no centro de La Orotava!


Casa dos Balcões: histórica e conhecida pelas varandas de madeira típicas da região


Na casa dos Balcões... (abençoado timer das máquinas fotográficas!)


Primeiro vislumbre do Teide


Várias formas de solidificação das lavas...


O teleférico que me levou dos 2100m aos 3555m de altitude em 8min... Claro que depois não podia correr bem e fiquei 15min naquela zona para recuperar da doença de altitudes e descer... LOL Prá próxima vou a pé pra me aclimatar... Pior... Crianças, adultos e idosos por lá a brincar como se nada fosse... Pirosos!

Ficamo-nos por aqui neste dia... Recordo a viagem como uma espectacular sucessão de ambientes: desde a floresta húmida/tropical do norte, até ao clima desértico do Teide e do sul, com as formações vulcânicas e a experiência da subida até uma altitude que nunca tinha experimentado... Momentos a recordar... ;) E a aconselhar: quem for a Tenerife visite o Teide, mesmo que não se atreva a chegar ao teleférico - aquilo é pra rijos! LOL

sexta-feira, 11 de junho de 2010

Ferias II: Santa Cruz de Tenerife e La Laguna

Agora com imagens relativas à capital de Tenerife - Sta Cruz, e à cidade vizinha, património mundial de La Laguna (antiga capital)... Duas agradáveis surpresas... Sta Cruz como um paraíso para compras, uma cidade moderna, com museus aparentemente interessantes (aparentemente porque à segunda-feira estão fechados e os poucos abertos fecham das 13h30 às 17h para la siesta e foi precisamente a essa hora que por lá deambulei...).


Museu do Homem e da Natureza - um dos que tive pena de estar fechado... Com múmias guanches (civilização pré-espanhola que estaria a viver no neolítico na altura...) perfeitamente conservadas...


Dragoeiro - a árvore típica da região...


Ruas de comércio em Sta Cruz


A Zara não falta em lado nenhum... ;)

La Laguna: cidade universitária verdadeiramente cativante, com todo o centro histórico devidamente recuperado e de enorme interesse cultural...



quinta-feira, 10 de junho de 2010

Férias I: Tenerife - Puerto de la Cruz

Acabadinha de chegar de uns dias de passeio e relax cá vem a fotoreportagem de alguns dos momentos mais interessantes da viagem a Tenerife. Uma agradável surpresa a 2h de vôo, com paisagem de floresta tropical a norte, um vulcão com 3700m a meio e desértica a sul. Como normalmente não consigo passar mais de 1 dia inteiro na praia lá consegui conciliar os passeios às vilas Património Mundial de San Cristobal de la Laguna e Orotava, bem como Santa Cruz de Tenerife - capital.
Passei duas noites no norte: Puerto de la Cruz, estância mais antiga da ilha, com um porto muralhado muito interessante. Ponto negativo? O tempo... no norte as nuvens tapam completamente o sol, a humidade é muito maior e a praia não tem a maior das afluências pelo que é deixada um pouquinho abandonada... Vale a pena pernoitar como ponto de partida para a exploração das cidades do norte...


Puerto de La Cruz - Rua com as típicas varandas de madeira trabalhada


Puerto de La Cruz - Porto